MME tem ações para mitigar atraso no LRCAP, mas elas terão custo, diz secretário 336d2h


Além da antecipação da potência de usinas do leilão de 2021, CMSE pode autorizar contratação de térmicas com CVU mais alto para garantir a segurança do sistema. 311p62

O Ministério de Minas e Energia tem um conjunto de ações na mesa para garantir o suprimento energético de 2025, em razão do atraso no leilão de reserva de capacidade para contratação de potência (LRCAP). O secretário de Energia Elétrica, Gentil Nogueira Jr, afirmou nesta quarta feira (04/06) que há recursos físicos disponíveis, parte deles não contratados, mas itiu que o governo terá que tomar algumas decisões difíceis, que vão gerar custos para o consumidor.

Uma dessas medidas, já aprovada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, é a antecipação da potência contratada de usinas do LRCAP de 2021, que vai adiantar também o pagamento da receita fixa que estava previsto para ser feito só a partir de 2026. São 2,5 GW que serão antecipados para agosto e outubro desse ano.

Em conversa com jornalistas, Nogueira Jr disse que não há mais tempo para ofertar o produto de potência de 2025, como previsto, caso o LRCAP tivesse sido realizado em 27 de junho desse ano. Ele disse que dá tempo de contratar o produto de 2026, mas se esquivou de responder se o MME conta com o certame somente no ano que vem.

“Não sei dizer. Isso é difícil. Se sair logo a portaria e todo mundo flexibilizar [os prazos do processo
de licitação], dá para fazer em 2025. Agora, se isso vai acontecer, não sei,” disse, durante evento
da Megawhat.

A medida é uma das ações recomendadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, em estudo apresentado há cerca de um mês ao ministério. O operador fez uma avaliação dos riscos associados à não realização do leilão, especialmente para o produto 2025, que seria ofertado ao término do atual período seco, especialmente no final do ano, quando a geração hidrelétrica da região Norte é reduzida significativamente. Esse produto cobriria uma diferença de potência estimada pelo ONS em 4,2 GW.

O LRCAP que contrataria em junho potência de térmicas e da ampliação de hidrelétricas foi cancelado, em razão de ações judiciais movidas por geradores térmicos contra regras do certame.

Outras medidas
O MME também avalia utilizar usinas termelétricas a GNL, que teriam de ser acionadas 60 dias antes do despacho, permitindo que esses empreendimentos possam ser chamados antecipadamente a gerar, com um Custo Variável Unitário mais alto.

Segundo o secretário, existem três usinas nessa condição que representam cerca de 2 GW de potência, que poderiam ser contratadas para realizar o mesmo serviço que as UTEs do leilão de 2021, que é a rampa rápida de subida para atender a carga e a rampa rápida de descida. Uma portaria recente do MME também permite que UTEs não contratadas, inclusive as que pretendem disputar o LRCAP, possam declarar um CVU diferenciado para operar. Essas térmicas somam entre 2GW e 3 GW.

Sobre a possibilidade de acionamento de usinas merchant (sem contrato), o secretário explicou que o melhor dos mundos é a contratação limitada desse tipo de empreendimento, que só recebe a receita variável quando é acionada em algumas horas do dia e por períodos curtos do ano.

“Se ela operar cinco dias por ano, é melhor a merchant. Agora, se ela começa a operar muito, se eu opero 120 vezes por ano, a merchant vai ofertar R$ 3 mil. Só que R$ 3 mil por quatro horas, cinco dias, é pouco. R$ 3 mil reais por quatro horas por 100 dias é muito,” disse, comparando com as térmicas contratadas, que recebem receita fixa independentemente do despacho, mas tem CVU menor.

Existe ainda o programa de resposta da demanda regulamentado pela Aneel no ano ado, que tem potencial de reduzir a carga no horário de pico, por meio de ofertas de grandes consumidores. “A gente já teve produtos mais estruturados, mais firmes, com relação à obrigação de fazer essa redução da demanda. Esperamos ter novas rodadas e que haja um engajamento maior da indústria nesse sentido, para a gente conseguir uma redução maior.”

O Horário de Verão aparece entre as opções recomendadas pelo ONS, apesar da redução em termos de demanda não ser significativa. A retomada do horário, que foi suspenso no governo Bolsonaro, é, porém, uma decisão política, frisou Nogueira Jr.

CMSE
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico vai avaliar outras medidas de atendimento ao sistema, na reunião mensal de junho que acontece na próxima quarta-feira, 11. Uma das medidas incluídas na pauta envolve a operação da UHE Tucuruí no período seco, de forma a postergar o desligamento da segunda casa de força da usina, que representa 4 mil MW de diferença em termos de potência, ou 50% da capacidade instalada total. A ideia é adiar o desligamento para dezembro, quando a carga reduz significativamente.

Serão avaliadas também alterações nas vazões das usinas de Furnas, Jupiá e Porto Primavera para economizar água, com já foi feito em anos anteriores.

O ONS vai apresentar o resultado de estudo sobre a operação do sistema em N-1, reduzindo a segurança da operação em alguns horários do dia para aumentar o intercâmbio do Nordeste para o Sudeste.

Gentil Nogueira anunciou que no próximo dia 12 de junho a State Grid vai colocar em operação o Sistema Especial de Proteção do Bipolo de Xingu, que vai permitir a ampliação em cerca de 1GW do transporte de energia da UHE Belo Monte para o Sudeste. O equipamento de proteção tem como função isolar o sistema, em caso de ocorrência envolvendo a linha.

Imagem e Conteúdo por Canal Energia.

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